domingo, 25 de julho de 2010

CANNES: 'KABOOM' MOSTRA 'HOMOFOBIA ÀS AVESSAS' E É MAL-RECEBIDO

Exibido à tarde fora de competição, "Kaboom", do cineasta americano de origem asiátrica Gregg Araki, é o filme mais preconceituoso exibido na Croisette até agora. Militante gay, Araki parte do princípio de que a libido dos amantes heterossexuais é fugaz, sem criatividade e comprometida com o ideal de machismo superado. Pelo menos é o que ele defende no filme, ao acompanhar as estripulias sexuais do jovem Smith (Thomas Bekker) com meninos, meninas e garanhões bronzeados de praia, que o cineasta retrata de maneira absolutamente caricata. Misógino em seu retrato para as mulheres, o realizador foi responsável por uma evasão em massa da sala onde sua produção estava sendo exibida.

"Kaboom" tem a pretensão de ser uma espécie de "thriller" ao abordar uma possível conspiração para levar a Terra a uma hecatombe. Para complicar, entra na trama uma feiticeira lésbica. E para complicar mais ainda, a única pessoa que pode salvar o mundo, o tal Smith, está mais preocupado em conquistar um jovem latino que o paquera pela internet do que em preservar a integridade da raça humana. Liberdade de expressão à parte, Araki investiu tanto no esdrúxulo que acabou produzindo um filme desrespeitoso com quem não é gay. E essa afirmação corre pela boca de vários jornalistas assumidamente homossexuais que estão na Croisette e consideraram o trabalho do diretor um tiro no pé contra a homofobia. Independentemente de qualquer questão sexual, "Kaboom" é tosco em sua composição visual, tem uma displicência total em sua direção de atores e apela para diálogos que convidam ao riso de deboche, e não à reflexão. Araki tem que se esforçar mais da próxima vez.

Bom, pelo menos a bruxa lésbica é uma gracinha...

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